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Tupperware pede recuperação judicial nos Estados Unidos

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Icônica marca de vasilhas e potes para cozinha tentou, por anos, reativar o negócio em meio à queda nas vendas

18/09/2024

 

A Tupperware, marca icônica de vasilhas e potes para a cozinha, entrou com pedido de recuperação judicial após anos de luta com a queda nas vendas e o aumento da concorrência.

Empresa de capital aberto, a Tupperware entrou com pedido de proteção contra falência sob o Capítulo 11, listando ativos entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, de acordo com seu registro judicial.

A empresa de 80 anos de existência buscará aprovação judicial para facilitar um processo de venda do negócio e continuar operando durante os procedimentos de falência, afirmou em um comunicado separado.

Desde 2020, a empresa de utensílios de cozinha, que durante décadas dominou o mundo do armazenamento de alimentos, vinha alertando sobre dúvidas quanto à sua capacidade de continuar em operação. Em junho deste ano, planejava fechar sua única fábrica nos Estados Unidos e demitir quase 150 funcionários.

 

US$ 700 milhões em dívidas

 

O pedido de falência em Delaware ocorreu após meses de negociações entre a Tupperware e seus credores sobre como administrar mais de US$ 700 milhões em empréstimos. Os credores concordaram em dar à empresa algum alívio dessa dívida, mas os negócios continuaram a deteriorar-se.

O fundador da Tupperware, Earl Tupper, apresentou seus produtos de plástico ao público em 1946 e posteriormente patenteou sua vedação flexível e hermética. Os produtos da marca logo inundaram os lares americanos, em grande parte através de festas de vendas independentes realizadas em casas nos subúrbios dos EUA, ajudando a empresa a dominar o mercado por décadas.

Mas, à medida que esses encontros desapareceram e a concorrência aumentou, a demanda por seus produtos icônicos começou a enfraquecer. A empresa não conseguiu acompanhar o ritmo de mudança do varejo e dos consumidores, que começaram a comprar on-line muitos dos produtos que a Tupperware vendia.

A pandemia de Covid impulsionou brevemente as vendas, com o aumento de pessoas comendo em casa e comprando seus produtos, mas o crescimento não durou muito.

Em 2022, a empresa ainda dependia de vendas diretas realizadas por um exército de 300 mil vendedores amadores. Mas os consumidores estavam cada vez mais comprando on-line produtos similares — e muitas vezes mais baratos. Eles iam diretamente à Amazon ou Walmart, e aqueles que queriam evitar a compra de mais produtos de plástico encontravam recipientes similares feitos de embalagens mais ecológicas.

No ano seguinte, a empresa foi envolvida na febre das “meme stocks”. O aumento surpreendente no preço das ações mascarou muitos dos problemas subjacentes da empresa, e persistiu apesar da própria empresa alertar que havia dúvidas substanciais sobre sua capacidade de continuar operando.

No ano passado, a Tupperware substituiu seu CEO. Em junho, a empresa fez planos para fechar sua única fábrica nos EUA e demitir quase 150 funcionários. Isso não foi suficiente para conter a perda de caixa. E, no fim, não foi suficiente para salvar a empresa.

 

Autor(a)
Por Bloomberg — Nova York
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Imagem matéria original: Potes da marca Tupperware: empresa está afundada em dívidas — Foto: Bloomberg

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