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Provisão de R$ 1,1 bi do Bradesco pode estar ligada a Oi

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Um aumento de R$ 1,093 bilhão nas reservas do Bradesco contra possíveis calotes em avais, fianças e linhas de crédito em "stand-by" chamou a atenção de analistas e pode estar relacionado ao pedido de recuperação judicial da operadora de telefonia Oi, em junho deste ano. O banco não detalha operações de clientes específicos.

O saldo de provisões destinado a cobrir esses problemas saiu de R$ 762,87 milhões no primeiro trimestre para R$ 1,856 bilhão no segundo, segundo nota explicativa do balanço. Esses recursos fazem parte de uma reserva mais ampla, de R$ 6,4 bilhões, para cobrir casos de inadimplência que ainda não se materializaram, além das provisões requeridas pelo Banco Central. Como a movimentação ocorreu dentro de uma reserva já existente, não impactou o resultado do banco.

A questão é que, no fim do primeiro trimestre, 11,9% dessa reserva extra estava "carimbada" para cobrir avais e fianças. Já em junho, depois do pedido de recuperação da Oi, a fatia subiu para 29%. "Nós não podemos saber com certeza a que companhias [esse aumento] está relacionado, mas pode estar potencialmente ligado à Oi", escreveram os analistas do BTG Pactual.

No processo de recuperação judicial da Oi, o Bradesco aparece com uma pequena exposição à tele, com apenas R$ 31 milhões. Esse montante pode aumentar à medida que o banco for obrigado a honrar garantias e compromissos de empréstimos assumidos com a empresa. Em 2015, a Oi contratou com quatro bancos, que não foram identificados, R$ 2,4 bilhões em crédito "stand-by", que poderia ser usado nessas situações.

Questionado sobre o assunto, durante teleconferência com analistas na sexta, o diretor de relações com investidores, Luiz Carlos Angelotti, afirmou que a provisão foi feita após a reavaliação do risco de um determinado grupo corporativo, sem detalhar qual seria essa empresa. Segundo ele, trata-se de garantias para uma série de ações judiciais, em que a possibilidade de desembolso por parte do banco é pequena. Angelotti frisou que as garantias prestadas a essa empresa só se tornam, de fato, operações de crédito se o banco for chamado a honrá-las.

Entre os maiores bancos listados em bolsa, o Banco do Brasil (BB) é o que tem maior exposição à Oi, somando R$ 4,304 bilhões. A exposição do BB à empresa se divide em R$ 2,4 bilhões em crédito bancário tradicional, R$ 1,6 bilhão em debêntures e R$ 300 milhões em "bonds" da empresa que o banco mantém em sua tesouraria. Já o Itaú Unibanco tem R$ 1,36 bilhão em dívidas da Oi, na forma de certificados de recebíveis imobiliários (CRI).

As ações PN do Bradesco tiveram alta de 3,13% na sexta, após recuarem 4,44 % na véspera. Já os papéis ON subiram 1,98%, depois da baixa de 2,88%.

Autor(a)
Felipe Marques, Talita Moreira e Vinícius Pinheiro

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