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Justiça nega pedido de recuperação judicial de operadora da Starbucks

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Juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências de São Paulo, pediu uma perícia prévia sobre a documentação apresentada pela empresa SouthRock Capital.

03/11/2023

 

A Justiça de São Paulo negou nesta quarta-feira (1º) o pedido de recuperação Judicial da SouthRock Capital, empresa que comanda as operações do Starbucks, do Eataly e do Subway no Brasil.

Em sua decisão, o juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências de São Paulo, pediu uma perícia prévia sobre a documentação apresentada pela companhia.

 

"Determino a realização de constatação da real situação de funcionamento da empresa, bem como de perícia prévia sobre a documentação apresentada pela requerente, de modo a se constatar sua correspondência com os seus livros fiscais e comerciais", diz o documento.

 

Para a realização da perícia, o magistrado nomeou a empresa de administração judicial Laspro Consultores. Ele determinou a apresentação do laudo em até sete dias corridos.

"A análise ainda que preliminar da referida documentação pressupõe conhecimento técnico, a fim de que se possa saber o real significado dos dados informados pela devedora, bem como a correspondência de tais dados com a realidade dos fatos", escreveu.

O juiz também apontou ser necessária a "constatação da situação da empresa in loco, de modo a saber suas reais condições de funcionamento". E justificou a cautela.

"O simples deferimento do processamento da recuperação judicial, por si só, gera como consequência automática a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor pelo prazo de 180 dias, dentre outras consequências legais importantes", diz a decisão.

Em nota, a SouthRock Capital informou que "irá recorrer desta decisão inicial e não definitiva". Veja, no fim desta reportagem, a íntegra do posicionamento da empresa sobre o processo.

 

Pedido de recuperação

 

A operadora da Starbucks no Brasil protocolou o pedido de recuperação judicial na terça-feira (31), com dívida registrada de R$ 1,8 bilhão.

A companhia listou alguns pontos como justificativa para o processo. São eles:

 

  • o baixo grau de confiança;
  • a alta instabilidade no país;
  • a volatilidade da taxa de juros;
  • e constantes variações cambiais que, segundo a empresa, "desequilibram o mercado e atingem fortemente o empreendedor brasileiro".

A companhia apontou ainda a crise econômica e a pandemia da Covid-19 como fatores que derrubaram seus lucros.

Em 2020, a SouthRock teve uma queda de 95% nas vendas. Em 2021, a queda foi de 70%, enquanto, em 2022, foi de 30%.

Veja a nota completa da empresa abaixo:

Ao longo dos últimos três anos, desde que a pandemia da COVID-19 transformou drasticamente a vida de todos ao redor do mundo, incontáveis empresas, incluindo varejistas, têm sido vistas lutando para manter suas operações. Os desafios econômicos no Brasil resultantes da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juros elevadas agravaram os desafios para todos os varejistas, incluindo a SouthRock.

Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners (colaboradores), consumidores e as operações de suas lojas.

O processo de reestruturação da SouthRock já começou, com o apoio de consultores externos e stakeholders. Mas, o trabalho deve continuar, então a SouthRock solicitou, hoje, Recuperação Judicial para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica. Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente.

 

Estas decisões são tomadas para garantir que a empresa esteja preparada para navegar no atual ciclo econômico, à medida em que reforçam o compromisso da SouthRock com os negócios em curso, com sua responsabilidade social e corporativa e com todas as partes envolvidas em meio à volatilidade do mercado.

Enquanto esses ajustes estruturais são implementados, todas as marcas continuarão operando e entregando os produtos exclusivos e as experiências únicas que cada uma delas oferece aos consumidores que visitam suas lojas todos os dias.

A SouthRock segue comprometida em continuar trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros comerciais para criar as condições necessárias para seguir desenvolvendo e expandindo todas as suas marcas no Brasil ao longo do tempo.

 

Autor(a)
Por André Catto, g1
Informações do autor
A dívida registrada pela empresa é de R$ 1,8 bilhão — Foto: Reprodução

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