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Negociação entre Americanas e bancos está perto do fim

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As negociações entre a Americanas e seus bancos credores seguem evoluindo e não devem sofrer efeitos por conta do relatório jurídico divulgado pela varejista nesta terça-feira, que apontou a ex-diretoria da companhia como a culpada pela fraude de seu balanço, conforme fontes a par do assunto, consultadas pelo Valor.

15/06/2023

Isso significa que, mesmo com as revelações, os termos do acordo seguem os mesmos, já que não houve a interpretação, ainda segundo fontes, de que haverá uma mudança em relação ao valor devido ou ao rombo do balanço da varejista.

Segundo um dos credores, a leitura sobre o documento apresentado pela empresa foi de “algo interno e da administração” e sem reflexo nas conversas que estão caminhando e cujo acordo poderá ser finalizado em julho.

Na prática, essa foi a primeira vez que a Americanas admitiu fraude. Os bancos credores da Americanas, no momento que eclodiu a crise na empresa, em janeiro, tinham citado como principal ponto do embate o fato do rombo bilionário no balanço da empresa ter como origem atividade fraudulenta. A acusação foi inclusive alvo de uma série de ações judiciais que buscavam responsabilização pelos atos. No entanto, em abril, empresa e instituições financeiras acertaram uma trégua, algo que vem sendo mantido.

Em discussão, acordo com debenturistas, que recusaram desconto

No momento, as conversas estão em torno dos últimos ajustes do acordo, algo que envolve o período em que o trio de acionistas de referência da varejista, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, ficarão impedidos de vender as ações da companhia, uma exigência dos credores. Outro ponto dado como inegociável é que, após o acordo, o trio esteja no controle acionário da empresa.

Outro item ainda não acertado é sobre quais serão as proporções para o pagamento das dívidas, já se prevendo um desconto, sendo uma parte à vista, outra por novas debêntures e em ações, conforme o atual desenho das negociações.

Em contrapartida, o trio se compromete a uma injeção de R$ 10 bilhões na empresa, sendo mais R$ 2 bilhões adicionais, caso necessário. Esse valor segue na mesa e não está mais em discussão, segundo fontes. No acerto também está a venda de ativos, como o Hortifruti Natural da Terra. Segundo um credor, esse valor da proposta de capitalização não deverá ser alterado.

Ainda na pauta de negociação estão os debenturistas, que não aceitaram o desconto no valor devido mínimo proposto pela empresa, de 70%.

Procurada, a Americanas afirma que “vem mantendo conversas com seus credores e segue empenhada em manter negociações construtivas em busca de uma solução que permita a continuidade de suas atividades. Assim que um acordo esteja inteiramente negociado com os credores, a companhia divulgará ao mercado todo seu conteúdo”.

Autor(a)
Valor Econômico

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