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MF Global entra em recuperação judicial

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A MF Global Holdings, a corretora de contratos futuros comandada por Jon Corzine, ex-dirigente do Goldman Sachs, pediu regime de recuperação judicial depois do insucesso de uma tentativa de acordo com um comprador.

Em dados de 30 de setembro, a empresa detinha US$ 41,05 bilhões em ativos e US$ 39,68 bilhões em dívidas, segundo sua petição protocolada no Tribunal Federal de Falências dos Estados Unidos do Southern District de Nova York. O fato de o colapso da empresa ocorrer depois de menos de uma semana de grandes apostas em títulos da zona do euro é um revés surpreendente para Corzine, que tentou transformar a MF Global numa míni-Goldman depois de ser derrotado nas urnas na tentativa de reeleger-se como governador de Nova Jersey.

O pedido de recuperação judicial ocorre depois que conversações que visavam vender uma série de ativos da empresa à Interactive Brokers Group foram suspensas ontem, algumas horas antes, informou uma pessoa familiarizada com as negociações. Também horas antes da interrupção das conversações, os BCs e bolsas tinham decretado suspensões para a corretora.

Os mercados mundiais começaram a sentir o impacto já ontem. Três operadores portando coletes da MF Global foram vistos saindo da Bolsa de Chicago antes da abertura do pregão viva voz, e fontes do pregão disseram à "Reuters" que eles tinham sido convidados a se retirar depois que seus cartões de acesso foram recusados. Eles preferiram não comentar.

A MF Global Finance USA também pediu recuperação judicial, segundo revelam autos do tribunal. Ambas as organizações da MF Global solicitaram recuperação judicial junto ao tribunal federal de falências de Manhattan.

A MF Global batalhou por todo o fim de semana para encontrar compradores para a empresa como um todo ou para partes dela, enquanto ao mesmo tempo contratava assessorias em reestruturação e em recuperação judicial para o caso de nada poder ser feito. A empresa, que, sob a gestão de Corzine, intensificou suas transações proprietárias, de maior risco, enfrentou problemas devido às baixas taxas de juros e às apostas que fez em títulos soberanos europeus, que a tornaram, possivelmente, a mais destacada vítima americana dana da crise da dívida da zona do euro até o momento. Ontem, suas ações continuavam suspensas em Nova York.

A diretoria regional de Nova York do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) vetou quaisquer novos negócios da empresa com o BC. A ICE Futures U.S. do CME Group e a Bolsa de Cingapura suspenderam de alguma forma as operações da MF Global. Os bônus de 6,25% da MF Global, profundamente desgastados, com vencimento em 2016, caíram 10,5 centavos por dólar de valor de face, para 39,5 centavos, o que puxou seu rendimento para 31,6%, segundo o serviço Trace de preços de bônus. O valor tinha caído anteriormente para 15 centavos por dólar de valor de face.

As ações e bônus da empresa vinham despencando nos últimos dias. No último período de 7 dias, a MF Global informou ter contabilizado um prejuízo no trimestre, suas ações caíram 66% aproximadamente e suas classificações de crédito foram reduzidas para de alto risco ("junk"). À entrada da sede da MF Global, em Midtown, centro de Manhattan, na segunda-feira, havia uma fila de câmeras, mas poucas pessoas entraram ou saíram do edifício. A MF Global estava em conversações, no domingo, com possíveis compradores, com vistas a fechar prontamente um negócio, embora todas as opções continuassem sob discussão quando a empresa contratou assessorias de reestruturação e recuperação judicial, disseram à Reuters fontes familiarizadas com a situação.

Corzine, que se tornou principal executivo da MF Global no ano passado, depois de um mandato como governador de Nova Jersey, vinha tentando transformar a MF Global. A ideia era transformá-la de uma corretora que realiza os negócios dos clientes nas bolsas num banco de investimentos que faria apostas com capital próprio. A empresa contratou o banco de investimento especializado Evercore Partners, de pequeno porte, para ajudar a encontrar um comprador, disseram outras fontes nos últimos sete dias.

Autores: Jonathan Spicer e Nick Brown | Reuters, de Nova York

Fonte: http://www.valor.com.br (31/10/2011)

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