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Independência ainda à espera de uma saída

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O frigorífico Independência, que está em recuperação judicial, apresentou ontem um novo plano a seus credores para tentar evitar a falência da empresa. E mais uma vez a assembleia foi suspensa, até o próximo dia 15, para que os credores possam avaliar a oferta.

A empresa propôs a venda de ativos para eventual investidor que se comprometa a aportar R$ 150 milhões a R$ 200 milhões como capital de giro na nova companhia que seria criada, a "Nova Independência". O investidor também assumiria as dívidas do Independência "velho". De acordo com uma fonte próxima à companhia, que pediu para não ser identificada, nessa operação os controladores não receberiam "nenhum centavo". Eles também ficariam fora da nova empresa.

Segundo essa mesma fonte, a proposta prevê o que está sendo chamado de "venda competitiva", isto é, levaria os ativos da companhia quem se comprometesse a fazer a maior capitalização.

Durante a assembleia, Alfredo Chang, que representa um grupo de investidores interessados na empresa, apresentou uma proposta de reestruturação para o Independência, que seria feita no caso de aquisição dos ativos do frigorífico.

Representantes dos credores consideraram as propostas "superficiais". "Os credores não gostaram. [O Independência] não promete pagar nada", disse o advogado de um banco credor. Para pagar parte das dívidas, a empresa emitiria debêntures conversíveis em ações ou não após cinco anos a contar da aprovação do novo plano. A dívida seria trocada pelos papéis e os deságios nos débitos ficariam entre 80% e 92%.

"Os credores estão chorando sobre o leite derramado", disse o representante de outro banco, pedindo para não ser identificado.

Pecuaristas também reclamaram da proposta feita pela empresa para quitar os débitos que ainda faltam com a categoria. "É ridícula, fora de qualquer padrão", disse Armando Biancardini, assessor jurídico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O Independência quitou os débitos até R$ 100 mil com pecuaristas, mas pagou só seis parcelas dos créditos acima de R$ 100 mil. Agora, segundo Biancardini, a proposta é pagar a dívida restante em 120 parcelas com dois anos de carência.

Apesar do descontentamento de seu cliente com a proposta do Independência, um advogado disse que tal oferta de reestruturação é "menos pior do que a falência".

Segundo representantes de credores, até o dia 14 deste mês o Independência deve apresentar uma versão final do novo plano, após discussões com os credores.

O Independência pediu recuperação judicial há dois anos, com dívidas de R$ 2 bilhões, e teve o plano de reestruturação aprovado em março de 2010, quando emitiu US$ 165 milhões em eurobônus para pagamento de fornecedores e capital de giro. No fim de setembro, porém, anunciou que não pagaria juros desse eurobônus.

Autor: Alda do Amaral Rocha

Fonte: Valor Econômico (01/02/2011)

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