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Busscar entra em recuperação judicial

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Os primeiros indícios de que os negócios iam mal para a Busscar surgiram em janeiro de 2010, quando a companhia executou um plano de demissão voluntária que levou quase mil trabalhadores a deixarem a empresa. Agora, com 22 salários atrasados e a produção praticamente paralisada por quase dois anos, a fabricante de carrocerias de Joinville decidiu entrar com pedido de recuperação judicial junto à 5ª Vara Cível da cidade.

O processo veio depois de leilões individuais frustrados para a venda de imóveis em Santa Catarina e do parque industrial, que recebeu apenas uma oferta de R$ 40 milhões feita Caio Induscar. A proposta foi negada pelo juiz responsável pela ação, que previa um novo leilão este mês, antes de a Busscar decidir entrar com o pedido de recuperação judicial.

Segundo Euclides Ribeiro Junior, da ERS Consultoria e Advocacia que representa a Busscar, a empresa não iniciou o processo de recuperação mais cedo porque não havia segurança jurídica que garantisse novos aportes de recursos.

Ribeiro conta que a Busscar negocia aporte significativo de duas empresas estrangeiras que deve ser anunciado ainda esta semana. O advogado entrou em contato com a diretoria da empresa em abril e fechou o contrato no dia 23 de outubro, pouco antes de apresentar o pedido de recuperação à Justiça, no dia 31 do mês passado.

"O que nós queremos é fazer a unidade voltar a produzir e que cada um dos credores receba sua parte", disse o advogado. Juiz determinou que a Busscar apresente o plano de recuperação judicial até 31 de dezembro. A partir daí, ela deverá entrar em acordo com as partes individualmente ou levar o projeto para assembleia. A previsão de Ribeiro é de que já em fevereiro a companhia esteja em condições de voltar a produzir.

Segundo o advogado, a dívida da empresa é de R$ 420 milhões com bancos, R$ 110 milhões com salários atrasados e pendências trabalhistas e R$ 92 milhões com fornecedores diversos. Conforme João Bruggmann, presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville - que representa os trabalhadores - a empresa está com 19 salários atrasados, além de dois 13º e o parcelamento das rescisões assinadas com os funcionários que decidiram sair espontaneamente. Dicler Assunção, advogado que representa dois ex-sócios da empresa - tios do atual presidente e filho do fundador, Claudio Nielson -, estima que a dívida da empresa está em torno de R$ 1,3 bilhão, considerado os impostos.

Para Ribeiro, a força da marca da empresa, que teve cerca de 800 clientes em diversas partes do mundo, ajudará a companhia a se reerguer. Segundo o advogado, a Busscar sempre se manteve operando. Com 300 trabalhadores ativos, 650 recebendo sem trabalhar e cerca de 250 em licença pelo INSS, a Busscar vinha produzindo cerca de 32 ônibus por mês, enquanto a capacidade instalada é para 40 ônibus por dia. O grupo mantém uma empresa saudável, a Tecnofibras, com 1,2 mil empregados diretos que produz componentes acessórios para ônibus.

A Busscar dispõe de 24 imóveis não produtivos, avaliados em R$ 60 milhões que devem ser alienados para auxiliar no processo de recuperação judicial. O parque produtivo, segundo Ribeiro, é avaliado em cerca de R$ 200 milhões.

Autor: Júlia Pitthan

Fonte: http://www.valor.com.br (08/11/2011)

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