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Bancos chegam a acordo com Constellation

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Os credores bancários do grupo Constellation, ex-Queiroz Galvão Óleo e Gás (QGOG), chegaram a um acordo com a companhia sobre o refinanciamento da dívida. A proposta será incluída no plano de recuperação da empresa, que deve ser apresentado à Justiça para aprovação dos credores até 7 de fevereiro, segundo apurou o Valor.

A companhia, prestadora de serviços de perfuração de poços terrestres e marítimos e de operações de plataformas controlada pela família Queiroz Galvão, entrou em recuperação judicial em dezembro de 2018.

Os credores bancários detinham 48% do total da dívida de R$ 5,8 bilhões da companhia e são representados pelo sindicato de bancos, que reúne dez instituições, que detêm o financiamento dos navios-sonda Amaralina Star, Brava Star e Laguna Star, cuja dívida somava US$ 592,2 milhões, e também o Bradesco, que tem uma dívida de US$ 150 milhões referente a uma linha de capital de giro.

Pelo acordo, o sindicato de bancos deve refinanciar US$ 39,1 milhões com um novo empréstimo e estender o prazo para o pagamento da dívida atual, que venceu ano passado, para 2023, com amortização do principal só em 2021.

Os credores do sindicato de banco contarão com uma garantia dada por uma carta de crédito a ser emitida pelo Bradesco no valor de US$ 15 milhões, que poderá ser acionada se a liquidez em caixa da empresa ficar abaixo de US$ 100 milhões.

O Bradesco também vai refinanciar US$ 150 milhões de uma linha de capital de giro, oferecendo um alongamento do prazo de vencimento, que terminou em 2018, para 2023, com amortização do principal a partir de 2021.

O acordo com os credores ainda prevê um aporte em dinheiro por parte dos acionistas no valor de R$ 27 milhões, que será depositado em uma conta separada da companhia, e reforço de garantia para os credores, com prioridade no recebimento dos recebíveis gerados pelos contratos das plataformas.

A empresa já tem o apoio de 48,3% da classe II de credores, que detém garantia dada pelas plataformas e incluem os sindicatos de bancos e os detentores dos bônus para 2024, e conta com a aprovação de 60,2% da classe III, que reúne os credores sem garantia. Para que o plano de recuperação seja aprovado, no entanto, é necessário o voto favorável da maioria, mais de 50%, dos credores com garantia.

Para atingir essa maioria a empresa terá de chegar a um acordo com parte dos detentores dos bônus para 2024. Esse percentual também pode ser atingido caso esses investidores não compareceram ou se abstenham de votar o plano de recuperação.

Paralelamente, a companhia negocia com os detentores dos bônus para 2019 e para 2024 uma reestruturação da dívida, que somava US$ 702,3 milhões. Apenas os detentores dos bônus para 2024 tinham garantia real dada pelas plataformas. A proposta em discussão é de troca desses papéis por bônus com vencimento em 2028. Já os bônus para 2019 serão trocados por papéis para 2030.

O grupo Constellation vinha enfrentando dificuldade para recontratar as plataformas de perfuração, cujos contratos com a Petrobras já expiraram em 2018. A empresa informou, no seu pedido de recuperação judicial, que conta com uma unidade contratada na Índia para a petroleira também indiana ONGC, uma unidade em fim de contrato com a Petrobras, além de dois novos contratos para os navios-sonda Brava Star (com Shell do Brasil) e Laguna Star (com QGEP), ambos com início em 2019.

Procurada, a Constellation não retornou o pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

 

18/01/2019

Autor(a)
Por Silvia Rosa

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