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Siderúrgicas pedem recuperação judicial

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A Cisam Siderurgia e a Ciafal, duas fabricantes de aços longos comerciais e especiais de Pará de Minas e Divinópolis, em Minas Gerais, entraram com pedido de recuperação judicial há uma semana nos fóruns das duas cidades.

O diretor financeiro da Cisam, Flávio Silvino, justificou a atitude dizendo que elas buscaram proteção contra seus credores, principalmente dois grandes bancos paulistas. Ele disse que o endividamento soma cerca de R$ 200 milhões. Segundo apurou o Valor, as duas instituições seriam o Bradesco e o Itaú.

Silvino disse que, além do problema com os dois grandes credores, asituação crítica do mercado siderúrgico do país desde maio contribuiu para agravar a situação das duas empresas.

O endividamento, segundo o diretor, é decorrente do plano de expansão das empresas, iniciado entre 2006 e 2007 e até o momento não totalmente concluído. O investimento, a maior parte com recursos de terceiros, foi da ordem de R$ 200 milhões.

Silvino informou que a decisão de pedir recuperação - "a qual os acionistas relutaram até o último momento em tomar" - buscou garantir a continuidade das operações das empresas e o atendimento de seus 1.500 clientes pulverizados em diversos setor da indústria, como automotivo, de agronegócios e construção civil.

Segundo o diretor, o juiz da comarca de Divinópolis deferiu ontem o pedido de recuperação da Ciafal. "Agora aguardamos a decisão sobre a Cisam, em Pará de Minas". Ele espera em 60 dias apresentar um plano econômico aos juízes que permita manter as operações de Ciafal e Cisam e quitar o passivo com seus clientes.

Ele destacou que a empresa buscava uma reestruturação do seu endividamento com as instituições financeiras. E que, diante de impasse, sofreu nos últimos meses "cobrança abusiva" de juros e, em julho, o que foi decisivo para o pedido, o bloqueio de recebíveis.

Ele informou que Cisam e Ciafal empregam juntas 400 funcionários. E contam com capacidade conjunta de produção da ordem de 300 mil toneladas ao ano.

Desde a morte do fundador, Wilson Santos, em 1984, o grupo é comandado pelo filho Eduardo Fonseca Santos. Na época, ele lançou um plano de modernização, entrando nos segmentos de barras. O atual portfólio engloba também barras chatas, cantoneiras, blocos e lingotes e ferro-gusa.

Com unidade industrial integrada (alto-forno, aciaria e laminação), a empresa fabrica a partir de minério e carvão vegetal e opera três unidades de laminação (Ciafal, Sidercentro e Central).

O faturamento anual é da ordem de R$ 350 milhões, mas os negócios recuaram cerca de 30% desde maio, informou o diretor. A origem das empresas é de 1962, quando a Ciafal foi criada em Divinópolis para comercializar sucata de ferro e aço.

Autor(a)
Valor Econômico/Ivo Ribeiro

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