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Grupo Modelo oficializa pedido de falência na Justiça

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Após tentativas frustradas para superar suas dificuldades financeiras, o Grupo Modelo, que controlava uma das maiores redes de supermercados de Mato Grosso, entrou na Justiça com pedido de falência.

Coincidentemente, a decisão é tomada no mês em que o grupo completaria 30 anos de atuação no Estado. 

A empresa passava por um plano de reestruturação, que foi apresentada à Justiça no dia 30 de abril deste ano. 

Com uma dívida orçada em R$ 184 milhões, o grupo estava em processo recuperação judicial, que começou em fevereiro de 2013.

O Pedido de Autofalência do Supermercado Modelo consta em protocolo com data de 1º de setembro, na Vara Especializada de Falência, Recuperação Judicial e Cartas Precatórias de Cuiabá.

A decisão caberá ao juiz Flávio Miraglia Fernandes. 

De acordo com o processo, as ações movidas por bancos credores foram responsáveis pelo impacto mais “feroz" à saúde”de caixa dos supermercados do grupo. 
 

"Será emitida a certidão de crédito para ser habilitado no processo de falência. O dinheiro que vier pagará primeiro o empregado"

Com o deferimento de uma liminar em favor do Banco Safra, por exemplo, todas as lojas da rede deixaram de receber cartões de crédito e débito das bandeiras Visa e Mastercard, para o pagamento de compras pelos clientes.

O processo de recuperação judicial foi uma tentativa de salvaguardar o caixa e manter a rede funcionando, conforme alegações da diretoria. 

Com isso, a rede chegou de diminuir 30% de suas vendas que eram realizadas através de operações por meio de cartões. 

A briga nos tribunais, que incluiu o leilão de um imóvel do grupo, localizado na Avenida Miguel Sutil, “fragilizou” o atendimento aos clientes, que, a cada dia, viam prateleiras cada vez mais vazias. 

Incerteza

Com o fechamento parcial de algumas lojas, os funcionários do Modelo passaram a viver as incertezas sobre o futuro da empresa. 

Só no Ministério do Trabalho, há mais de mil processos. Um mutirão para resolução dos casos deve ser feito, ainda neste, para que sejam pagos, pelo menos, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as guias do seguro-desemprego. 

Por enquanto, apenas um caso foi resolvido. Somente o sindicato da categoria já ajuizou cerca de 120 ações individuais, enquanto conclui outros 800 processos de ex-funcionários.
 

"Neste desfecho, o crédito trabalhista é prioritário"

Conforme o advogado do Sindicato dos Empregados no Comércio de Cuiabá e Várzea Grande (Secc), Carlos Ricardi de Souza Pizzatto,  diante da atual situação, a falência do Modelo “era uma um caminho sem volta”. 

Em entrevista ao jornal A Gazeta, Pizzatto disse que, neste desfecho, "o crédito trabalhista é prioritário”.

“Será emitida a certidão de crédito para ser habilitado no processo de falência. O dinheiro que vier pagará primeiro o empregado”, disse o advogado.

Segundo o advogado, a Justiça do Trabalho também está tratando a situação com sensibilidade, agendando uma pauta especial para atender os ex-funcionários dos supermercados.

O Grupo Modelo chegou a ser considerado a maior rede de supermercados de Mato Grosso, em atividade ininterrupta desde 1984 e com 14 lojas, em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Primavera do Leste.

Outro lado 

Com escritório em Curitiba (PR), o advogado Arno Jung, novo representante do Modelo na Justiça, informou ao MidiaNews que vai aguardar a decisão do juiz para falar sobre o assunto.

Autor(a)
MAX AGUIAR DA REDAÇÃO

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