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BR tenta obter propostas melhores por ativos que pôs à venda

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Por falta de quórum, a assembleia de credores da LBR - Lácteos Brasil que iria avaliar as propostas de compra de 14 unidades produtivas isoladas (UPIs) da companhia não foi instalada ontem. Com isso, houve uma segunda convocação, para a próxima segunda-feira. Os ativos foram colocados à venda como parte do plano de recuperação judicial da LBR, que tem uma dívida estimada de R$ 1 bilhão.

Os ativos da LBR receberam 16 propostas de compra, de empresas como a venezuelana Unaquita, a francesa Lactalis e as brasileiras Vigor (controlada pela J&F) e Itambé (controlada pela Vigor e pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais), entre outras nacionais.

Em apresentação informal aos credores ontem sobre as propostas e sobre a atual situação da empresa de lácteos, o diretor-presidente estatutário da LBR, Nelson Bastos, afirmou que a companhia tem "mantido entendimento com proponentes para aprimorar as propostas".

A maior delas é da venezuelana Unaquita, que propôs pagar R$ 535 milhões por sete unidades produtivas isoladas (UPIs): São Gabriel, Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Ibituruna, Poços de Caldas e Bom Gosto.

Pela proposta, R$ 35 milhões seriam pagos dez dias após a aquisição, mais 120 parcelas mensais de R$ 2,5 milhões e R$ 200 milhões após 123 meses, corrigidos pelo IPCA. A proposta prevê ainda contrato de exclusividade de vendas da marca Parmalat, que está em uso pela LBR sob licença até 2017, mas pertence à Parmalat S.p.A., controlada pela francesa Lactalis. Esse item da proposta da Unaquita é um ponto que precisaria ser "aperfeiçoado", afirmou Nelson Bastos aos credores.

Um dos representantes da Unaquita, Fábio Rosas, do Tozzini Freire Advogados, reconheceu ao Valor que "deve haver alguns ajustes" na oferta apresentada. Mas, quando questionado se o valor da proposta poderia ser melhorado, argumentou: "Eles fizeram a melhor proposta".

Já a francesa Lactalis, por meio da Lactalis do Brasil, afiliada da Parmalat S.p.A -, propôs pagar R$ 150 milhões à vista por cinco ativos da LBR: Líder, Fazenda Vila Nova, Barra Mansa, Boa Nata e Poços de Caldas. Argumentando que "a Parmalat S.P.A possui créditos em face do grupo LBR" por conta da licença da marca, a Lactalis colocou como condicionante para a compra das UPIs que todos os contratos de uso de marca Parmalat existentes atualmente sejam rescindidos e todos os direitos previstos nos contratos de uso da marca sejam devolvidos para a Parmalat S.p.A.

Apesar do prazo longo para pagar, a proposta da Unaquita ainda seria mais vantajosa que a da Lactalis, se trazida a valor presente. Considerando as taxas de desconto no Brasil, o valor da proposta equivaleria a aproximadamente R$ 330 milhões, de acordo com fontes próximas à LBR.

Diante da percepção de que a Lactalis quer mesmo ter os ativos pelos quais fez oferta e recuperar a marca Parmalat no Brasil, a expectativa é de que os franceses também façam ajustes em sua oferta, segundo as mesmas fontes.

Em sua apresentação aos credores, Nelson Bastos esclareceu alguns questionamentos recebidos nos últimos dias das empresas que fizeram propostas. Explicou, por exemplo, que as UPIs de Garanhuns e Tapejara só serão alienadas se os valores das propostas recebidas e aprovadas superarem o valor de retrovenda dessas duas plantas, já que elas são propriedades de terceiros.

Também afirmou que, como forma de obter recursos, a LBR decidiu arrendar, por dez anos, sem opção de compra, três dos seus negócios: Líder, Poços de Caldas e Boa Nata. Esses ativos foram arrendados para a ARC Medical, que aceitou pagar R$ 94 milhões à LBR antes da transferência da posse das unidades, prevista para meados de agosto.

De acordo com a LBR, essa operação é reversível caso a venda dessas unidades seja aprovada. Dentro do processo de alienação judicial, a ARC também fez propostas para adquirir as UPIs São Gabriel (MT), Garanhuns, Líder, Tapejara e Poços de Caldas.

Na apresentação, o representante da LBR disse ainda que atualmente, além das unidades que estão à venda ("algumas das quais poderão não ser vendidas"), a LBR também opera duas plantas (de Guaratinguetá e Governador Valadares) em regime de consórcio. Segundo Bastos, há ainda outras fábricas da LBR sem operar, que poderão ser colocadas em atividade novamente.

Autor(a)
Alda do Amaral

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